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Congregação localizada em Laodicéia
Apocalipse 3:14-22 " E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Elohim: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas".
Atentando-nos para o texto acima, podemos perceber que, Laodicíea era uma Cidade próspera, uma das mais ricas da Ásia Menor, com um vasto/grande centro comercial e administrativo, tornou-se um centro bancário, com grande reserva financeira. Suas principais indústrias estavam voltadas para o comércio de tecidos e lã. Toda essa riqueza, dava a Laodicéia uma independência financeira, para arcar com os eventuais prejuízos que, porventura poderia vir a passar, como por exemplo: a que sucedeu no ano 60 EC, quando foi destruída por um terremoto.
Mesmo diante de todo o transtorno ocasionado por um abalo sísmico, Laodicéia rejeitou a ajuda do Império Romano, para sua reconstrução!
Outro avanço dessa Cidade, está no que diz respeito ao campo da ciência e pesquisa, onde nos deparamos com a Faculdade de Medicina, a qual contribuía para fazer de Laodicéia, um importante centro cultural.
Mas... a questão é: por que a Congregação localizada nessa Cidade, foi duramente repreendida pelo Ungido? Será que foi tão somente pelo fato dela ser rica? Ou, será que teve outras razões? Uma coisa é certa, quando nos deparamos com uma das Cartas de Timótio, percebemos que, o ser rico não é problema! O problema é o apego do homem à riqueza! O problema está, quando o homem faz de sua riqueza, o seu porto seguro, quando deposita em sua riqueza, a sua segurança, conforme podemos observar no texto a seguir: " Porque o amor ao dinheiro é a raíz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da emunah, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores". I Timótio 6:10
Provavelmente o amor a riqueza, gerava nos crentes dessa localidade, uma auto confiança, a ponto de se esquecerem que a maior riqueza do homem, NÃO está no que ele tem no bolso, mas SIM , na riqueza que o Altíssimo lhe concede, a saber, a Vida Eterna!
Continuando...
Um fato que nos chamou a atenção na Carta enviada aos crentes em Laodicéia, diz respeito a obra que estes praticavam e, a forma como eles eram vistos pelo Ungido: "nem quentes; nem frios, mas SIM, mornos"! E, as consequências de sua conduta, traziam sobre eles, uma repreensão severa, um diagnóstico que deixava claro que, eles precisavam mudar sua conduta de vida! E, para isso, eles precisavam mudar seu Posionamento, quer seja no meio em que se encontravam, quer seja, perante aos olhos de Yah Elohim.
E, nisso ficamos imaginando, o que teria levado o Ungido a associá-los a água morna... uma água que ao invés de saciar a sede, causa vômito! O atentarmo-nos para esse fato, é de grande importância, afinal, dentro das Escrituras, a água tem vários significados! A encontramos sendo usada para denotar purificação, vida, refrigério...
Assim sendo, quando nos deparamos com uma Congregação, cuja Cidade canalizava de regiões vizinhas, água para uso diversos, o que nos vem a mente, é um paralelo no qual imaginamos o seguinte: uma Congregação que por não ter em si mesmo VIDA(água), buscava na FONTE(Yeshua), o que lhe vivificava! Entretanto, constatamos que, o fluir das águas em meio a Congregação, não resultava nesta, a eficácia do poder, que a água possui !
Daí, surge-nos o seguinte questionamento: O que tornava ineficaz o poder da água obtida da FONTE, na vida e, na obra dos crentes em Laodicéia?
Sabemos com base no texto que, por percorrer um longo caminho, as águas canalizadas nas regiões vizinhas, chegavam a Laodiceia numa temperatura diferente àquela que se obtinha na fonte! Mas, e quanto aos Laodicensses? O que tornava a água que neles fluia, morna?
Na busca por essa resposta, descobrimos que, o abastecimento da Cidade de Laodicéia, dava-se mediante a canalização de duas fontes, localizadas em regiões vizinhas, a saber: das Montanhas de Colossos, de onde se obtinha água fria e potável, que na Antiguidade, também nos repassa a ideia de frescor/refrigério e, de Herápolis, de onde obtinham água quente, consideradas medicinais e terapêuticas, conforme podemos observar na figura abaixo:
O sistema de aqueduto(canalização) utilizado para transportar a água obtida dessas fontes, até a Cidade de Laodicéia, por ser muito extenso( 14km), impedia que a água chegasse em sua temperatura natural, ou seja, a água fria, não proporcionava refrigério, nem a água quente que, por chegar morna, não atendia as funções terapêuticas e medicianais que se esperava dela!
Vejamos abaixo, vestígios arqueológivcos dos aquedutos que transportavam águas frias e quentes,de regiões vizinhas, até a Cidade de Laodicéia:
Percebam que, a água em seu estado natural, retirada da fonte, tem serventia... quer seja para cura, quer seja para trazer frescor/refrigéio, PORÉM, que serventia tem a água morna, senão para causar vômito àquele que a ingere?
Daí, na concepção do Ungido, melhor seria se os crentes em Laodicéia optassem por ser quente ou frio, visto que, tanto um quanto o outro, tem sua utilidade, mas sendo morno... que utilidade eles teriam em prol do Reino de Elohim?
É a respeito dessa mornidão que o Ungido exorta... é esse comportamento apático que Yeshua repreende! Pois assim como a água canalizada para abastecer a Cidade de Laodicéia, saia de sua Fonte, em seu estado natural, porém, perdia a eficácia de seus atributos ao longo do percurso, o mesmo ocorria com os crentes dessa localidade que, após receberem da Fonte de água viva, cura para suas enfermidades e, refrigério para todo o seu Ser, não tiveram o devido cuidado para se manterem firmes na eficácia do poder do que lhes fora concedido... a água da Fonte que um dia fizeram uso, deixou de ser sua maior riqueza!
E, nisso, a pergunta que devemos nos fazer a cada dia é: no caminho que seguimos, temos ou não, conseguido preservar o refrigério que nos foi concedido? Estamos ou, não convictos do que cremos e do que somos? As obras que fazemos, aquecem ou esfriam o Reino que apregoamos? Ou será que tais obras, por não serem nem quentes, nem frias, mas sim mornas, pra nada servem, a não ser causar ânsia de vômito àqueles que dela fazem uso?
Atente-se que, Yeshua ao fazer uso de metáfora, associando os crentes em Laodicéia, a temperatura da água que chegava até eles, não foi por acaso, mas sim, descrever-nos o comportamento humano e, seu posicionamento no dia a dia, que muito das vezes o distancia de Yah Elohim!
É esse distanciamento que faz com que a água retirada da Fonte, perca suas propriedades naturais! Deixe de ser quente... deixe de ser fria!
E, nisso, como podemos perceber, para os Laodicensses, detentores de grandes recursos, abastecer sua Cidade com água, oriunda de regiões vizinhas, não era tarefa impossível, agora... o fazer da Fonte, da qual obtinham água, sua maior riqueza, isso eles não estavam fazendo! Ao contrário, eles faziam de seus recursos financeiros, a sua segurança!
Daí, de acordo com as palavras de Yeshua, o crentes em Laodicéia, não passavam de pobres, miseráveis e, nus, cuja emunah estava firmada naquilo que não os vivificava!
Que tenhamos o cuidado em observar nossos passos, o caminho que trilhamos... o testemunho que damos..., os Laodicensses, confiavam em suas riquezas e, quanto a nós? No que temos confiado? Em quem temos confiado? Há quem confie em sua própria intelectualidade, outros, em sua própria força, outros em projetos politicos, outros, em amigos influentes... e, quanto a nós? Qual tem sido o nosso POSICIONAMENTO? Quente, Frio ou Morno? Uma coisa é certa, confiar em castelos de cartas, é viver inseguro, pois no primeiro sopro, este castelo se desfaz! E, quando isso ocorre, em que nos apoiamos? Em que parte desse castelo, encontramos segurança? É nessa hora que muitos se perdem, muitos se espalham, muitos ficam "sem chão"!
Assim sendo, o ensino que obtemos através do que foi falado aos crentes em Laodicéia é o seguinte: Nossa confiança NÃO deve estar firmada na riqueza que produzimos, mas SIM, na Fonte que nos vivifica! É na perseverança que edificamos nossa Emunah e, nesta, nossa esperança se mantém acessa!
Portanto, quem tem em si, o poder daquEle que o vivifica, posiciona-se no Reino do qual faz parte, como um agente vivificador... como aquele que tendo em si, Fonte de água viva, contribui para saciar a sede dos que se encontram sedentos e, refrigério para os que se encontram cansados e abatidos.
Conlusão:
O que tornava a água que fluia em meio aos crentes em Laodicéia, MORNA, era o fato destes confiarem em si mesmo! E, provavelmente, essa auto confiança os levavam a acreditar que, por serem ricos o suficiente, não precisavam da ajuda de ninguém para se manterem de pé! Mas... na verdade... de acordo com as palavras de Yeshua, eles eram pobres e, estavam nus... pois quem em si mesmo se auto vivifica?
Por isso, somos a todo instante instruidos a buscar em Yeshua, seu fardo que é leve e, seu jugo que é suave... somos a todo instante, instruidos a buscar nEle água que nos sacia a sede! Porque quem é o homem que em si mesmo pode alguma coisa?
Que nosso posicionamento esteja sempre apontado na direção daquELE que nos vivifica e, de modo a sinalizar qual tem sido a base de nossa Emunah! Que seja um posionamento que retrate o quão dependente somos do nosso Elohim.
Tem quem ouvidos para ouvir, ouça o que o Ruach diz a Congregação!!
Shalom!!!