Beruriá, Uma Voz Feminina no Judaísmo.

 
Shalom!
 
Nosso objetivo através desse estudo, é mostrar a importância da mulher no que diz respeito ao aprendizado/conhecimento, de modo a proporcionar aos que estão a volta, edificação; renovo; ânimo; coragem! E, também mostrar que, o papel da mulher NÃO É e, NUNCA FOI o de ficar relegada a papel secundário e/ou sem importância e, MUITO MENOS, o de ficar calada! O papel da mulher é aquele que, pelo Ruach Ha Kadosh acredita ser o que lhe convém; o que extrai de si, o melhor que tem pra ofertar!
 
Nas Escrituras, deparamo-nos com mulheres que marcaram a história do povo de IsraEl, tais como: Rachel; Leah; Ester... além daquelas que, com suas ofertas,  contribuiam para a obra ministerial confiada a Yeshua, o Ungido! Porém, a respeito dessas mulheres, já falamos em outras postagens, daí, nossa atenção, voltar-se para uma mulher que, embora não encontramos relatos a seu respeito no Tanach, o encontramos no Talmud. E, de quem estamos falando? E, a resposta é: de Beruriá.
 
Apesar de não termos evidências que comprovem o ano em que Beruriá nasceu, especula-se que tenha sido por volta do ano 25 do Século II EC, mas o que realmente nos interessa abordar acerca dessa mulher é o seguinte: o conhecimento que ela possuia acerca da Palavra de Elohim, fez com que Beruriá, ocupasse uma posição de destaque no período Talmúdico, onde o discurso rabínico passou a ser registrado na escrita!
 
Falar a respeito de Beruriá é falar de coragem... é falar de determinação... é falar acerca de emunah, porque de acordo com relatos do Talmud, Beruriá teve sua trajetória de vida marcada por grandes perdas, perseguições que, talvez, para muitos, seriam o suficiente para abandonarem a confiança no Altíssimo! 
 
E, num período em que não havia mais um lugar físico para os Yehudim servirem a YHWH, para entregar-lhe suas ofertas; para fazerem suas orações, o que restava ao povo Yehudi era a confiança na Palavra de Elohim, na qual firmados, seria para eles, Torre Forte e Inabalável, Socorro bem presente na hora da angústia, onde quer que eles estivessem e, independente do que lhes sobreviesse!
 
Foi no conhecimento dessa Palavra/Torah, que, Beruriá, tornou-se erudita, contrariando dessa forma, a espectativa que se tinha de uma mulher dessa época, ou seja, a expectativa de ser apenas mulher; mãe... e, não uma pessoa instruida no conhecimento escritural, até porque, tal conhecimento era reservado aos homens, os quais tinham por missão, transmiti-lo aos filhos homens! Daí, compreendermos alguns Escritos/Cartas contemporâneos do Novo Testamento, onde lemos o seguinte: " mulheres devem ficar em silêncio na Congregação e, tendo dúvidas que aprenda com o marido em casa" . Porque, não era algo comum, nesse contexto, conceder as filhas, o ensino da Torah! Estas, aprendiam com os maridos em casa!
 
Mas... como já dissemos, contrariando a regra e, colocando-se como excessão, Beruriá, não apenas fazia parte de uma família de estudiosos da Torah, mas também, dedicava-se afinco ao ensino da Torah, a ponto de ser citada como referência para os que estudavam o Talmud! Vejam que posição de honra Beruriá ocupou numa sociedade em que a mulher NÃO exercia papel de protagonista; não exercia o papel de pessoa instruída na Lei! Ela quebrou paradigmas, NÃO para se impor sobre os homens, NEM para se colocar acima das demais mulheres, MAS, para que através do conhecimento, pudesse encontrar forças para superar e/ou suportar perdas; para se manter firme em sua confiança no Altíssimo, para servir de fortaleza aos que precisavam de auxílio, amparo... 
 
Por isso, ao abordarmos a respeito de Beruriá, procuramos mostrar o seguinte: a Mulher precisa encontrar seu espaço e, nesse espaço fazer com que sua voz seja ouvida!
 
Em meio a perdas, Beruriá serviu de apoio para seu esposo; para sua irmã e, a tantos outros que com ela aprenderam acerca da Palavra de Elohim! Precisamos ter em nós essa pré disposição de irmos em busca do conhecimento, independente dos ganhos que temos e, das perdas e perseguições que sofremos! Precisamos confiar no Altíssimo e, lendo os relatos acerca dessa mulher, só confirmou o que temos aprendido em nossas reuniões: o confiar em Elohim é o que temos de eficaz em nossa vida, porque as demais coisas, são efêmeras, isto é, são passageiras, algumas chegam a gerar em nós ansiedade, outras, por mais que a obtemos, nunca é o suficiente, estamos sempre querendo mais e mais!
 
No caso de Beruriá, esta escolheu a melhor parte... o que não perece, escolheu o que se renova a cada dia! E, numa sociedade extremamente patriarcal, ela conseguiu sobressair-se, assim como você, amada leitora, também pode se sobressair no meio em que se encontra! Você pode ser muito mais do que esperam que você seja! Você pode ir muito além do que imagina e, sabe como? Buscando firmar-se no conhecimento que resultará em sua vida, segurança; confiança; certeza, de modo a enxergar o céu azul, mesmo em dias nublados! A enxergar uma saída, mesmo em meio a escuridão! A se manter firme, mesmo em meio a vento forte! Enfim, o lugar da mulher, é onde pelo Ruach, ela desejar estar!
 
 
Bibliografia: