Família - Conversando a respeito do Divórcio

 
Há quem diga que o amor acaba! Outros, afirmam que o amor com o tempo se transforma em amizade, em carinho! Será mesmo verdade? Por que então as escrituras nos ensina que o amor é eterno e, a sua chama jamais se apaga? Como acreditar que o que nos move a se fazer uma só carne com a pessoa amada, um dia chega ao fim, se no momento em que contraimos matrimonio, comprometemo-nos a amar por toda a vida, até que a morte nos separe? 
 
Sabemos que conflitos conjugais não é algo raro nos dias de hoje, nem nos dias de outrora. Há sempre um lado que se apresenta insatisfeito com o que tem, e na sua insatisfação busca de todas as formas um meio para escapar de um compromisso firmado tanto no campo físico, quanto no campo espiritual! Por isso, o não atentar-se para a importância do casamento e, o seu propósito, faz com que muitos, conduza-o segundo o curso deste mundo, mediante a dureza do coração humano. E nessa dureza, onde o orgulho, a soberba, a falta de perdão, de humildade, de misericórdia e, de temor, muitos são os que se deixam conduzir a passos largos, rumo a destruição do que era pra ser inabalável e indissolúvel, ou seja, para sempre... até que a  morte os separe!
 
Daí a importância do ensino na Congregação de Yah Elohim, de modo a termos enraizado em nossa mente, doutrinas que nos instruam a respeito dos princípios e, mandamentos do Altíssimo para nossa vida, afim de que, andando com integridade no caminho estabelecido por ELE, venhamos em tudo e, em todas as coisas sermos bem sucedidos, a começar no que diz respeito a nossa vida conjugal e, familiar! E, embora há quem diga que Casamento é uma questão de sorte, as Escrituras nos deixa bem claro que, casamento é Princípio ETERNO, portanto, não se trata de um jogo de sorte ou azar, onde ora ganhamos, ora perdemos! Casamento é um projeto de YHWH para a vida do homem e, da mulher, afim de que, juntos, possam constituir uma família nos moldes estabelecidos pelo Altíssimo. Por isso, o Talmud afirma que, quando ocorre um divórcio o Altar de Elohim chora! 
 
Diante disso, resolvemos dar sequência ao estudo a respeito de Família, abordando nesse Estudo, o seguinte tema: Divórcio.
 
Abordarmos esse assunto, não é algo fácil, quando na sociedade em que estamos inseridos, casamento passou a ser visto como algo que tem prazo de "validade"; como algo que se mantém enquanto está dando certo... outros vêem casamento como algo desnecessário, porém, não é esse o ensino escritural! Casamento é Princípio... um projeto do próprio Altíssimo! E, muitos por não se atentarem para esse fato, não dão ao matrimônio a devida importância que lhe compete! E, nesse descaso, assumem compromisso sem conhecimento de causa e, na falta desse conhecimento, o que se tem é prejuízo/o divórcio!
 
Não é raro vermos pessoas que, em razão de frustrações em seu relacionamento conjugal, não conseguem confiar nas pessoas; não acreditam no amor; vivem uma vida de amargura, de frustrações... já outros, "livres" de seu compromisso, lançam-se ao deleite de sua liberdade, entrando em vários relacionamentos, o que aumenta ainda mais, sua desconfiança a respeito de fidelidade... para esses, o errado é sempre o outro e, no cansaço proveniente de suas frustrações, o perigo de embriagar-se com o ciúme, levando a violência física, verbal, psicológica, está sempre à porta! 
 
Por isso, com base nas Escrituras, enfatizamos a importância de se ensinar a respeito de matrimônio... de se ensinar a respeito do que é o Amor, de modo que, este, sendo a base do relacionamento conjugal, conceda ao casal, o amadurecimento necessário, a sabedoria e, a humildade necessários, para lhe dar com as adversidades que porventura surgirem no caminhar dessa vida a dois!
 
Assim sendo, em nosso dia a dia, é comum nos depararmos com pessoas lutando para fazer valer seus direitos e, muito das vezes, os de terceiros! Pessoas que dão tudo de si para se manterem no emprego, para ingressar numa faculdade... mas não se empenham com o mesmo afinco, para manter o que lhe foi dado como Princípio! E, nisso, infelizmente, acabam buscando no divórcio, a solução para os conflitos conjuguais que vivenciam! 
 
Amados..., para Yah Elohim, a solução não está e, nunca esteve na quebra de aliança/pacto, mas sim, na capacidade de buscarmos no amor, na paciência, na humildade, no perdão, no respeito mútuo, os meios pelos quais seja possível tornarmos o relacionamento conjugal em algo saudável; harmônico!
 
Quando o casal passa a agir segundo suas emoções, corre o sério risco de pagar o mal que recebe, com o mal! A indiferença, com a hostilidade, a frieza com a insubordinação e, a falta de respeito com agressões verbais e físicas! O agir dessa forma, faz com que muitos acreditem que estarão dando uma lição no outro, mas na verdade, sem saber, ambos estão acelerando o processo do fim, do que era para ser indissolúvel!!
 
Mas a questão é: o que leva o casal a optar pelo divórcio? É o divórcio a vontade do Altíssimo para o conflito conjugual?
 
Na verdade, o Altíssimo abomina o Divórcio! Quando a Aliança matrimonial se realiza, não são apenas os parentes do noivo e, da noiva, que assistem ao casamento, tornando-se testemunhas deste, mas também e, principalmente, Altíssimo, o qual se coloca como Testemunha Fiel da Aliança estabelecida entre os cônjugues, conforme conforme podemos observar no texto abaixo:
 
Malaquias 2:14 "E dizeis: Por quê? Porque YHWH foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança."
 
Percebam no texto acima que, o relacionamento entre homem e mulher, tem como testemunha, o próprio Altíssimo, O qual testifica se a forma como procedemos para com nosso cônjuge, reflete ou não fidelidade; justiça; misericórdia; respeito, verdade... amor! 
 
Portanto, aquele que se propõe a firmar compromisso com alguém, que seja leal, que seja fiel, que seja responsável em preservar, cuidar, amparar, fortalecer, o que lhe foi confiado, através do matrimônio! Logo, aquele que ao se fazer uma só carne com seu cônjuge, ao defraudá-lo(a), defrauda a si mesmo! Ao ser violênto, agride a si mesmo!
 
Diante disso, é importante compreendermos que, do mesmo modo que há uma Aliança entre YHWH e IsraEl; entre Yeshua haMashiach e a Congregação que lhe foi confiada pelo PAI, a mesma Aliança se dá com a união matrimonial! Por isso, o repúdio se torna abominável aos olhos do Altíssimo, porque impede que, na Aliança matrimonial, o reflexo da Aliança estabelecida no Reino espiritual, a qual é irrevogável, monogâmica e, imaculada, seja manifesta
 
Mas... cientes que o divórcio NÃO É e, NUNCA FOI a vontade do Altíssimo, como explicarmos o direito de divórcio concedido do Antigo Testamento?
 
Antes de começarmos a adentrar nesse assunto, é preciso termos bem definido, o conceito de divórcio, afim de que compreendendo-o, possamos avançar no que diz respeito a divórcio e, as consequências dele na vida do casal. 
 
De acordo com o dicionário², Divórcio (do latim: divortium), no seu sentido lliteral, é uma interrupção legal do casamento e, geralmente, efetuada na presença de um juiz. Já no sentido figurado, Divórcio pode ser definido como qualquer tipo de separação ou rompimento entre coisa(s) e/ou pessoa(s); rompimento.
 
No que diz respeito ao hebraico, encontramos duas palavras que nos remetem a Divórcio, as quais são:
 
a) O termo Garash (גרש) , cujo significado pode ser: 
1 - repudiar; 
2 - expulsar; 
3 - pôr pra fora.
 
b) O termo Keritut (כְּרִיתֻת֙), o qual procede da raíz Kerith, que tem como significado: cortar, dividir, mas também pode ser encontrado com a seguinte definição: 
 
- Divórcio, conforme os textos abaixo:
 
YirmYahu(Jr) 3:8 - " E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa Yehudah, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu."
 
 
 
YeshaYahu(Is) 50:1 - " Assim diz YHWH: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei ? Ou quem é o meu credor a quem eu vos tenha vendido? Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas transgressões vossa mãe foi repudiada."
 
 
 
- Repúdio, conforme o texto abaixo:
 
Deuteronômio 24:1 - " Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa."
 
 
Um ponto importante a ser mencionado é, que o repúdio na sociedade patriarcal do povo Yehudim, não partia da mulher, mas sim do homem, o qual tinha o poder de romper o relacionamento através do repúdio.
 
Agora que já conceituamos o termo Divórcio, adentraremos no ensino desse tema, afim de compreendê-lo melhor! E, para isso, analiseremos o ensino dado através de Moshe; através do Mashiach Yeshuae, através do emissário Shaul.
 
 
I - analisando o Divórcio, através da Lei Moshe
 
 
No que diz respeito a Divórcio na Lei de Moshe, este poderia ser concedido ou não! Iria depender da situação em que os cônjuges se encontrassem. Para quem buscava na Lei de Moshe uma brecha para obter o divórcio, assim fazia, por não se atentar que, a própria Lei estabelecia meios para evitar o divórcio/repúdio, buscando para isso a RECONCILIAÇÃO, salvo no caso de adultério, onde as partes pegas nesse desvio, tinha como sentença, a morte, conforme podemos observar no texto abaixo:
 
Deuteronômio 22:22  "Quando um homem for achado deitado com mulher que tenha marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher; assim tirarás o mal de IsraEl."
 
Também encontramos nas Escrituras, situações em que o divórcio era concedido em razão da dureza do coração do homem, mas para isso, fazia-se necessário emitir uma carta de repúdio/divórcio, além de restituir o dote da mulher repudiada. Em outras situações, de maneira nenhuma, o repúdio poderia ser concedido! 
 
Vejamos abaixo duas situações em que o divórcio era proibido:
 
1ª situação - quando um homem acusasse falsamente a sua esposa de ter tido relações  sexuais ilícitas antes do casamento 
 
Deuteronômio 22:13-19 "Quando um homem tomar mulher e, depois de coabitar com ela, a desprezar e, imputar-lhe coisas escandalosas e, contra ela divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher, e me cheguei a ela, porém não a achei virgem; Então o pai da moça e sua mãe tomarão os sinais da virgindade da moça, e levá-los-ão aos anciãos da cidade, à porta; e o pai da moça dirá aos anciãos: Eu dei minha filha por mulher a este homem, porém ele a despreza; e eis que lhe imputou coisas escandalosas, dizendo: Não achei virgem a tua filha; porém eis aqui os sinais da virgindade de minha filha. E estenderão a roupa diante dos anciãos da cidade. Então os anciãos da mesma cidade tomarão aquele homem, e o castigarão. E o multarão em cem siclos de prata, e os darão ao pai da moça; porquanto divulgou má fama sobre uma virgem de Israel. E lhe será por mulher, em todos os seus dias não a poderá despedir."
 
 
2ª situação - quando um homem tivesse relações sexuais com uma donzela e, o pai da jovem compelisse-os a se casarem, conforme podemos observar no texto abaixo:
 

Deuteronômio 22:28-29  "Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, e se deitar com ela, e forem apanhados, então o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinqüenta siclos de prata; e porquanto a humilhou, ser-lhe-á por mulher; não a poderá despedir em todos os seus dias."
 

Todavia, quando não havia motivos para o repúdio, cabia ao homem, conceder a esposa, um documento que atestasse que esta havia sido repudiada pelo marido, conforme podemos observar no texto abaixo:
 
Deuteronômio 24:1-4 "Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem e, este também a desprezar e lhe fizer carta de repúdio, e lhe der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada."
 
Diante dos textos apresentados acima, alguns podem se perguntar: " Se para o Altíssimo, o divórcio é algo abominável, por que então, Moshe permitiu que o homem repudiasse sua esposa, concedendo a esta carta carta de divórcio? Cremos que assim foi feito, como forma de prestar auxílio/amparo àquela que foi repudiada pelo marido, por motivo que não estava relacionado ao adultério, evitando dessa forma que a mulher com o divórcio, não saísse da relação ". 
 
Dessa forma, a carta de divórcio, serviria para a mulher repudiada , como um "pecúlio", que nada mais é, o dote entregue ao pai da noiva, no momento em que o noivado era firmado. Com esse dote, buscava-se recompensar o pai, pela perda da filha e, ao mesmo tempo, conceder a filha, condições de sobrevivência nas eguintes casos: 

1 - quando o marido e/ou os pais viessem a falecer;
2 - no caso de ser repudiada pelo marido, por motivo que não seja o adultério.
 
Outro ponto importante, que convém ressaltarmos é o seguinte: através da carta de divórcio, a mulher estava protegida contra eventuais calúnias, que a associassem a condição de adúltera e, mais: com a  carta de diórcio, ao contrário do que muitos afirmam, a mulher poderia SIM, contrair novo matrimônio, conforme podemos observar no texto abaixo:
 

Devarim( Dt) 24:1-4 " Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos ( o que seria esse não achar graça?), por nela encontrar coisa indecente ( que coisa indecente?), far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, e este também a desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lhe der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante YHWH; assim não farás pecar a terra que YHWH teu Elohim te dá por herança".

Percebam que o texto em Dt 24, em NENHUM momento fala em divórcio! Em NENHUM momento proíbe a mulher de contrair novo matrimônio! O que o texto informa é que, após o repúdio, a mulher que, após contrair novo matrimônio, vier a ser repudiada por seu atual marido, ou caso este venha falecer, essa mulher não poderá ser tomada novamente como esposa pelo primeiro marido!
 
 
II - o ensino de Yeshua acerca do divórcio 
 
 
 
Vejamos o texto abaixo:
 
MatitYahu(Mt)19:3-9 "Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Elohim ajuntou não o separe o homem. Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moshe dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Disse-lhes Ele: Moshe, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério."

 

Ao contrário do Casamento, o divórcio NUNCA foi plano do Altíssimo, mas sim, do homem, o qual na dureza de seu coração, deixou de cumprir com seu papel na relação conjugal, a saber: o ser fiel, o ser justo, o ser verdadeiro, o ser íntegro, honesto, provedor da família, dentre outras coisas! É, nessa falta de compromisso e responsabilidade,  que o homem passou a agir com deslealdade para com sua esposa, defraudando-a no que lhe era de direito! E, quando falamos homem, estamos falando do Ser humano! Porque há mulheres, que também deixam de cumprir com seu papel!
 
Vejamos o texto abaixo:
 
MatitYahu 19: 3-9 " Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério. Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar."


Analisarmos o texto acima, dentro de seu devido contexto histórico, é fundamental, pois ajuda-nos a traçarmos uma linha de raciocínio que nos leve a compreender pra que tipo de sociedade, o Mashiach Yeshua estava falando! E, através de relatos bíblicos, é possível percebermos que, tratava-se de uma sociedade patriarcal, na qual a mulher não tinha lugar de fala em meio aos homens e, sua posição na pirâmide social, era a de inferioridade! Tanto é que, no milagre da multiplicação dos pães, a mulher não foi contada ( Mc 6:44)! No caso da mulher pega em adultério, aquele que com ela adulterou, não foi exposto! Aliás, sequer foi mencionado ( Jo 8:1-11)! E, quanto a mulher Samaritana? O diálogo estabelecido entre ela e o Mashiach, deixou os discípulos perplexos! E, os homens da cidade em que ela morava, creram na palavra dela acerca do Mashiach, porque foram ter com Este. ( Jo 4:1-42)

 

Outro ponto que nos chama a atenção no texto acima, foi a pergunta inicial feita pelos fariseus ao Mashiach, a saber: é lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo

Ora, diante dessa pergunta, o que podemos pressupor? E, a resposta é: Que na época do Mashiach, o repúdio a mulher por qualquer motivo, era algo banal/comum! Por isso o mashiach Yeshua afirmou que, em razão da dureza do coração do homem, Moshe permitiu que fosse liberado a carta de divórcio, pois através desta, seria possível a mulher se tornar livre do descaso, da humilhação, do abandono, a qual era submetida pelo esposo, o qual deveria amá-la e honrá-la!

Daí, a resposta de Yeshua para os fariseus foi dura! Afinal, embora conhecedores da Lei, não agiam de maneira íntegra, para com suas esposas! Eram desleais e injustos para com estas, defraudado-lhes em seus direitos e, descartando-as quando nãos mais atendiam a seus interesses! 

Por isso, quando Yeshua afirmou: "qualquer um que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério", fez com que os fariseus  reconhecessem o tamanho da responsabilidade que é, o firmar compromisso/pacto com alguém! Fez com que enxergassem suas transgressões, sua infidelidade quer seja para com sua esposa, quer seja para com Elohim! 

Como podemos perceber, a própria narrativa bíblica, deixa-nos claro o seguinte: a condição de inferioridade que a mulher estava submetida na época do Mashiach, também pode ser observada nas palavras de seus discípulos, os quais, ouvindo o que o Mestre falava aos fariseus a respeito da carta de divórcio, chegaram a seguinte conclusão: melhor é que o homem, não se case! Porque matrimônio, não é brincadeira! Matrimônio é um projeto de Elohim, que para dar certo, seus princípios precisam ser colocados em prática! Logo, NÃO são os princípios de Elohim que precisam se ajustar aos interessesdo homem, mas Sim o homem, que dizendo-se temente a Elohim, deve submeter-se a vontade dESTE.

Portanto, aquele que é desleal no cumprimento de uma aliança/pacto, mostra-se infiel para com aquEle que se colocou como testemunha do pacto firmado!

E, para encerrarmos esse tema, vejamos o texto abaixo:

Efésios 5:25-33 " Maridos, cada um de vós amai a vossa esposa, assim como Mashiach(Ungido) amou a sua Congregação e sacrificou-se por ela, afim de santificá-la, tendo-a purificado com o lavar da água por meio da Palavra, e para apresentá-la a si mesmo como Congregação gloriosa, sem mancha nem ruga ou qualquer outra imperfeição, mas santa e inculpável. Sendo assim, o marido deve amar a sua esposa como ama o seu próprio corpo. Quem ama sua esposa, ama a si mesmo! Pois ninguém jamais odiou o próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, assim como o Mashiach(Ungido) zela pela Congregação, pois somos membros do seu corpo. Por este motivo, o homem deixará pai e mãe e se unirá a sua esposa, e os dois se tornarão uma só carne. Este é um mistério grandioso; refiro-me, contido, à união entre  Mashiach(Ungido) e sua Congregação. Portanto, cada um de vós amai a sua esposa como a si mesmo, e a esposa trate o marido com respeito."

 

 
 
Bibliografia:
 
COSTA BENTHO, Esdras. A família no Antigo Testamento. História e Sociologia. Rio de Janeiro: CPAD,2014.
Bíblia Hub interlinear
Bíblia Almeida Corrigida
Bíblia de Estudo - Palavras Chave - Hebraico-Grego. CPAD
Dicionário VINE
Dicionário Hebraico-Aramaico
 
Notas 
¹ VON GRONINGEN, G. "Odiar". In.: HARRIS, R. Laird - Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998, p.1489
² https://www.dicio.com.br/divorcio/
³ https://bereianos.blogspot.com.br/2015/07/casamento-divorcio-e-novo-casamento-33.html#.VctqS_lViko